Há dias, que sou pura preguiça, há outros que sou pura energia, não entendo porque, mas é assim que eu sou. E quando estou virada para o lado energia, faço tudo e ainda fica uma lista de coisas que gostaria de ter feito naquele dia, mas se não as faço, porque o tempo não dá, lá fica na cabeça um objetivo para cumprir no dia seguinte. Hoje foi o dia de rever fotos, não foi exatamente dia de ver só por ver, mas sim para organizar, colocar em um álbum novo, mas que delícia que foi, poder reviver momentos tão bons, os filhos mais pequenos, os passeios, as primeiras experiências deles e mostrar a eles, que achavam graça a tudo.
Hoje, lembrei-me da primeira vez que o meu filho mais velho foi a praia e não gostou de tocar na areia com os pés, se nós deixassemos ficava o tempo todo de chinelos, porém como tiramos os chinelos dele, ficou como que um pelicano, numa perna só, alterando de tempos em tempos, porque se cansava. Não quis entrar na água do mar, ou seja, não achou piada nenhuma a praia, porém se não gostasse de praia de certeza que não era o meu filho. Mas os anos passaram e com a chegada do irmão, mais afoito, lá o encorajou e fê-lo mudar de idéia e hoje, os dois divertem-se imenso, fazendo com que eu reviva a alegria que eu tinha, quando criança, em ir a praia. Foi tão bom rever as fotos, não gosto de ser saudosista, mas é bom olhar para trás e ver que se construiu algo, não material, mas emocional, ver os filhos abraçados a nós, pequeninos, os primeiros passos, o aprender a andar nos triciclos, as visitas aos parques e nós a correr atrás deles, sempre com o intuito de os proteger... puxa, passou tanta coisa que nem sempre foi registada pelos flashs das máquinas... e que pena, pois as primeiras palavras, certas e erradas, eram sempre motivo de grande alegria... e cresceram e crescem a cada dia, milímetros imperceptíveis aos nossos olhos e aprendem e até eles surpreendem-se com as próprias fotos de bebés... e por mais fotos que tirarmos, sempre vão ficar as saudades de tempos de descobertas tão bom, de idéias e ideais, de ver e viver... de crescer.
Concordo que recordar é viver e hoje, ao arrumar as fotos, foi mesmo isso que fizemos, revivemos momentos inesquecíveis em que ensinamos os nossos filhos, mas na verdade quem está a aprender, somos nós, a viver com eles e a aproveitar cada momento, registado ou não, numa fotografia.
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