Oláaaaaa....

Hoje apeteceu-me contar a vocês, uma das minhas grandes aventuras na vida, que foi o desejo de ser mãe. Sim, desejo esse que só nasceu depois de me casar, porque antes tinha um objetivo concreto em não ter filhos, porque há tanto que conhecer, tanto que viajar e como em solteira, viajei muito, ficou comigo aquele bichinho do desejo de explorar, se não o mundo todo, pelo menos meio mundo... porém, quando me casei, o objetivo alterou-se e ter um porto seguro, fez com que o desejo de ser mãe, viesse ao de cima. No entanto, nem tudo acontece como nós desejamos ou no momento em que nós desejamos. Mas, como eu considero, que a vida é como um livro, cada dia uma nova página, nem sempre sabemos o que está escrito nas próximas páginas ou quais os próximos temas. E assim foi comigo... queria muito engravidar, mas não conseguia... Fui então increver-me no Hospital Santa Maria,
para fazer um tratamento de fertilização e saber assim o porquê de não conseguir engravidar. Logo que fiz a inscrição, deram-me a informação que aquele serviço demorariam anos a ser chamada, o que logo me desanimou, mas no meu caso, marcaram uma consulta passado uns três meses, o que trouxe-me algum conforto. 
Na primeira consulta, fizeram-me praticamente uma entrevista, a mim e ao meu marido, para conhecerem o nosso dia a dia. Também prescreveram várias análises clínicas e o mais importante o estudo do nosso cariótipo sanguíneo pois podemos verificar a nossa fertilidade. 
Na sala de espera, em conversas informais, ouvimos todo tipo de experiências: uma senhora que fez fertilização in vitro, outra senhora que já tinha feito a fertilização em outra consulta e estava a fazer uma consulta de retorno para acompanhar se a fertilização obteve êxito. Algumas raparigas tão novas, já ansiosas e com alguma decepção por estarem a tentar engravidar e não conseguirem. E eu, confusa com tanta informação, mas com um desejo escondidinho e uma esperança de o conseguir abraçar um filho. Sim, nunca me dei ao luxo de dizer que queria uma menina ou um menino, porque acho que isso já nos é imposto. É como a nossa suposta beleza, também nos é imposta. Somos como somos, a um agradamos mais, a outros nem por isso. Mas temos pouco que mudar, a não ser cuidar do que nos foi dado, pois afinal temos uma máxima que é, "somos aquilo que comemos". Porém não me desviando do meu tema, fizemos as análises, algumas precisaram ser mesmo feitas no próprio hospital e com os resultados dos exames, lá fomos nós a uma nova consulta, no mês de junho. Um dos médicos que nos atendeu, disse que não havia problemas nem comigo nem com o meu marido e, que podíamos ir de férias, porque ele também o ia fazer e que não pensássemos no assunto com preocupação, marcando assim uma nova consulta para o mês de outubro próximo. Quando retornamos, estava grávida e ao retornar a consulta tive alta deste serviço mas fui encaminhada para o Hospital São Francisco Xavier, pois seria uma gravidez de risco e seria acompanhada em todo o processo. Porém nem tudo é como desejamos, antes mesmo da primeira consulta neste hospital, passado três meses, tive contracções e tive um aborto espontâneo em casa.  A parte psicológica , lógico que ficou abalada, mas quando se quer muito uma coisa, lá vamos nós juntar os cacos e começar tudo de novo. No mesmo ano, fiquei grávida novamente e fazia a minha vida normalmente, mas passado 8 semanas, comecei a ter os mesmos sintomas, imensas cólicas e mais uma vez, tive outro aborto espontâneo, esse foi mesmo preciso fazer uma raspagem com anestesia geral. Mas apesar do sofrimento, físico e psicológico, fui atendida por um médico, que infelizmente não me lembro do nome, porque deu-me uns conselhos preciosos. Disse-me que eu fizesse uma pausa de três meses e tentasse novamente engravidar e logo que percebesse que estava grávida, deveria me dirigir ao hospital e começar a tomar progesterona porque eu tinha uma síndrome que na maior parte dos casos, é por causa da anti-cardiolipina correlaciona-se com positividade para anticoagulantes lúpicos e essa positividade relata vários casos de abortos de repetição. Bem, quando o médico disse-me isso tudo, pouco ou nada entendi, porém fiz exatamente como o médico indicou, logo que soube que estava grávida, voltei ao hospital e fui atendida nas urgências, pelo mesmo médico, porque lembrava-me da sua fisionomia. O Doutor foi muito direto, prescreveu-me o remédio a tomar e pediu para que eu fizesse repouso absoluto. E desta vez, correu bem. Fui acompanhada em toda a minha gestação, mês a mês, com ecografias e consultas com o renomado Dr. Fernando Cirurgião, que com a sua simpatia e espírito positivo, sempre me motivou para as fases de acompanhamento da gravidez e hoje com muita alegria, tenho dois meninos que são a alegria da minha vida. Eu só relatei tudo isso, porque conheço e sei de pessoas que ainda estão nessa luta, mas que não desistam e encham-se de coragem para continuar até conseguirem atingir os seus objetivos, que sem margem de dúvida, vale todo o sacrifício, abraçar um filho. Se quiserem maiores detalhes é só perguntarem que eu respondo em particular ok? Espero que deixe um pouquinho de esperança a quem está a passar por esta dificuldade, porém a medicina está muito evoluída e temos que tentar sempre...
Beijinhos....