Como mãe, às vezes criámos expectativas em relação aos filhos que fazem parte do nosso imaginário ou quem sabe, alguma frustração lá escondidinha, de não termos nós passado por tal processo e comigo não foi diferente: queria que os meus filhos aprendessem a nadar. Talvez por ter uma colega de escola em que os pais tinham uma escola de natação e ela também competia a nadar, isso ficou na minha cabeça, como um objetivo. Até tinha pensado em ter os meus partos numa piscina, porque já havia assistido na televisão há anos atrás, um parto assim em que o bebé nascia e nadava, como se já soubesse nadar com desenvoltura. Mas isso não se concretizou. Então logo que eles nasceram, pensei em inscrevê-los num ginásio e quando o fizemos foi muito, muito complicado. Um não gostava de nem entrar na água, o outro ia para lá, para brincar, fazer bombas, que era nada mais ou nada menos que atirar-se para dentro d'água e aprender, nada.
Mas, eu e o pai, quase sem combinarmos nada, íamos dia após dia, aula após aula, enchendo-nos de paciência e a pensar, que dias melhores viriam de certeza. 
O professor Filipe foi um amor, cheio de dedicação e paciência, pois muitas aulas saia de lá todo arranhado porque o meu filho ficava mesmo com medo de se soltar e experimentar o quão bom é o ambiente aquático. Chegámos a ir todos os dias,
para ele se ambientalizar. Entrou com o pai na piscina. Tentámos de tudo, quando aos poucos, ele foi tendo algum progresso. Bem, isso que relato é só para animar à pais que podem estar a passar pelo mesmo, pois nós muitas vezes também desanimamos e pensávamos que estávamos a perder o nosso tempo, mas valeu a pena. Um dia, o pior de todos, ele pediu para sair da piscina para ir fazer xixi e já não quis mais voltar e tivemos com ele uma conversa e fizemos com que ele voltasse a aula contra a vontade dele, quase à força. Pareceu uma atitude à bruta, mas foi nesse dia que ele teve um click e percebeu que não íamos desistir. Hoje, vejo orgulhosa, ele a nadar vários estilos e vejo que tudo valeu a pena, o esforço dele, o do pai, o meu, o do professor... e que alegria nos dá. O outro, para lá caminha, já obedece mais as regras e apesar da tenra idade já evoluiu muito. Que bom! Tenham persistência, vale mesmo, mesmo a pena.
Beijinhos...