Andar de avião é logo por si só, uma emoção. Mas se pudermos tirar o máximo proveito disso, melhor ainda. Há quem tenha medo, pânico, eu não critico, cada um sabe de si e Deus sabe de todos, já diz o ditado, porém, eu tenho aprendido a tirar o melhor proveito das minhas viagens. Talvez porque atravessar o Oceano Atlântico, demoram para ai umas dez horas, ultimamente com os super sônicos aviões, já o fazem em nove horas, mas com tanto tempo, temos que fazer coisinhas para não pensar que aquelas orientações todas que recebemos das aeromoças/hospedeiras de bordo, servem pouco ou nada, para se no caso do avião cair e nós sobrevivermos a queda... ah ah ah... ainda pudermos usar o que nos foi ensinado. Mas eu não entro num avião a pensar nisso, como também não o faço no elétrico, no comboio, no bonde do Rio de Janeiro, no teleférico da Ilha da Madeira e como nos lugares em que passo medo porque gosto. Mas voltando a nossa viagem, eu, sim euzinha, entro lá para me divertir, para passear, para pensar no chegar, nas pessoas que estão a minha espera ou não, para me aventurar. Com dez maravilhosas horas pela frente, é hora de dar uma voltinha pelo avião, ver a casa de banho, ver as maravilhosas amostras que podemos pedir de escovas de dentes, pasta dentrífica, sabonetes e essas coisas tem que ser logo no começo da viagem porque não há amostras para todos, logo aproveito o meu passeio. Também gosto de fazer um xixizinho, logo no começo da viagem, porque ainda está tudo limpinho e porque acho interessante ao invés de ser como nas nossas casas, o xixi é aspirado, sugado, ou seja lá como isso se chama. Cada voltinha que dou dentro do avião é sempre com os olhinhos nas pessoas, para ver se conheço alguém. Quando estava solteira, isso era uma regra de ouro, meter conversa com alguém supostamente interessante, para que a viagem seja mais agradável. Gosto de me sentar perto de crianças porque elas tem sempre atendimento preferencial e com isso aprendi muito para quando fosse eu a levar os meus filhos: o lugar que escolhemos para nos sentar pode ser o mais espaçoso, para os bebés, há uns berços que ficam suspensos, cintos próprios para meninos que já se sentam e etc. Nos aeroportos também pode se pedir carrinhos para serem utilizados lá e eu sempre tive assistência preferencial porque com crianças pequenas, atravessamos atalhos sempre acompanhados com seguranças, o que dá imenso jeito. Para mim, sim, eu trato-me bem, champagne quando me casei; sumo de tomate, garrafinhas de vinho do porto, água de côco, gosto de coisas exóticas porque enquanto estou entertida com rótulos, já se passaram maravilhosos minutos em cima do oceano. A comida que toda gente parece não gostar, eu até gosto: sempre comi pato com laranja no avião, é quase uma praxe. E adoro aquelas miniaturas de manteiga, geléias, leite em pó, sinto-me como num hotel. Também costumo fazer as minhas viagens bem cansadinha com a azáfama das arrumações das malas, sim parece que vamos fugir de casa e levamos meia casa, não... melhor pensando a casa toda... cruzes, é sempre a mesma coisa. Mas é tão bom, quando chega a noite e apagam as luzes do avião, as crianças calam-se e nós apagámos, depois de ver um filme, ouvir as músicas todas e aquelas reportagens turísticas sobre os lugares que visitaremos, aguçam a nossa curiosidade. Uma turbulência aqui, outra acolá, apertem os cintos, permaneçam sentados... e quando acordamos, já se passaram tantas horas e aí é cuidar da aparência, retocar a maquiagem, o cabelo, mais uma voltinha, mas um pedido inusitado e já ouvimos a contagem decrescente da nossa chegada ao destino e quando aquelas maravilhosas rodinhas tocam o solo.... sim, o trem de aterragem, há aplausos ao senhor piloto e toda a sua equipe, bem arrumadinha, com aqueles uniformes impecáveis e voilá.... chegámos a bom porto... essa já foi, agora é pensar no retorno ou na próxima viagem.... porque viajar vicia... e que vício tão bom...
Espero que gostem, senhores passageiros....
Beijinhos...