Deram-me imensa cebola, da aldeia, sabem, cebola nova. Lá fui eu aproveitar tudo. Descasquei tanta cebola que já nem choravam os olhos, coitados acostumaram-se. Já não aguentava mais estar em pé e pensei, mas porque estou a descascar cebolas de pé, estou a pagar pecados?
não. Sentei-me e continuei a labuta, liguei a tv, companheira que não se cansa de nós. Às vezes, canso-me dela e desligo-a. Depois quero saber notícias e ligo-a, de novo. Então, sentadinha, a ouvir a amiga TV, a coisa rendeu mais. Lá fui eu fazer uma sopa de cebola, que adoro e muitas foram guardadas em cubos pequeninos. Outras congelei em fatias, para uns bifes com cebolada. Fiz assim as doses, mais ou menos para nós os quatro, um dia bacalhau que leva alho e cebola; outro aos quartos pode entrar para outro dia, uma sopa. Se o miúdo estivesse com tosse, lá faria outro xarope, mas não é o caso. E deixei umas inteiras para usar assim ao natural. Mas o lema é aproveitar tudo e agradecer imenso quando nos dão alguma coisa, ainda mais assim de qualidade, sem agrotóxicos, ui adoro!